Tenho AIDS mas sou feliz: a subjetividade infantil, a AIDS e as respostas sociais no Brasil
Palavras-chave:
Antropologia, AIDS – Aspectos sociais, CriançasSinopse
A pergunta central deste livro de pesquisa etnográfica é como é crescer vivendo e convivendo com o HIV/AIDS em São Paulo, considerando as respostas bem-sucedidas que o Brasil deu à epidemia. Os avanços terapêuticos para o controle da doença e o sucesso dos programas de cuidados médicos no país foram acompanhados por múltiplos desafios sociais, já que não se esperava que aqueles nascidos infectados chegassem à adolescência e à idade adulta. O estigma e a discriminação, o direito à educação, o poder imposto pelos cuidados médicos, o apoio às famílias versus a criação de instituições para o cuidado de crianças, a comunicação diante do diagnóstico e tratamento, e a sexualidade são alguns dos temas abordados no livro. Embora o livro esteja enquadrado na antropologia da saúde, ele é destinado a um público amplo das ciências sociais e humanas, bem como das ciências da saúde.Um dos desenvolvimentos centrais do livro baseia-se no paradoxo "doenças da pobreza-respostas privilegiadas". Com esse paradoxo, pretende-se explicar como as respostas sociais à epidemia de AIDS conseguiram transformar as condições de vida e oferecer opções de futuro para crianças e adolescentes que, de outra forma, estariam condenados a viver em círculos perpétuos de pobreza e exclusão. No entanto, são discutidos os limites e alcances das respostas sociais que enfrentam aspectos específicos da vida de alguns setores sociais e que, sem dúvida, conseguem transformações substanciais, como a garantia dos direitos à saúde, mas que são limitadas na medida em que não alteram as estruturas históricas que sustentam a desigualdade no Brasil.
Sobre o autor
César Ernesto Abadía-Barrero: professor na University of Connecticut na intersecção de Antropologia e Direitos Humanos, com formação em Odontologia pela Universidad Nacional de Colombia e doutorado em Antropologia Médica pela Harvard University. Seu trabalho foca na relação entre capitalismo, saúde como direito humano e comunidades de cuidado, utilizando métodos de pesquisa participativa e colaborativa. Abadía-Barrero tem conduzido pesquisas no Brasil, Colômbia e Estados Unidos, abordando políticas de saúde, judicialização dos direitos humanos e movimentos sociais. É autor de várias publicações, incluindo "I Have AIDS but I am Happy" sobre subjetividades infantis e AIDS no Brasil e "Health in Ruins: The Capitalist Destruction of Medical Care". Atualmente, seu trabalho na Colômbia investiga propostas descoloniais em saúde e bem-estar, focando em conceitos como Buen Vivir e curas coletivas. Ele dirige a Iniciativa Buen Vivir and Collective Healings na University of Connecticut, explorando também a desregulamentação dos corpos infantis sob o capitalismo.
Dados da obra
Ano de publicação: 2022
Autores: César Ernesto Abadía-Barrero
Idioma: Português
Número da edição: 1ª
Número de páginas: 415
ISBN: 978-65-86342-23-9
Preço: R$ 56,00
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